terça-feira, 20 de outubro de 2009

Saliva - me

Me alucina, tua saliva
Mata minha sede
Acalma meu calor
Me molha com amor

Saliva em mim
Em ti salivo -me
Guardo-me em ti
E me perco assim

Água em minha boca
A tua a faz parar
Me cala com um beijo
Eu venho a salivar

O seco que é frustrante
O doce tão molhado
Num amargo instante
Eu te molho calado.

Jossan

São cachos são claros
Escuros molhados
Bagunçam com tudo

São pêlos falhados na pele
Na barba mal feita
Que arranha sem manha

São olhos que dizem
A verdade escrita na face
Saudade tamanha

São vozes que cantam
As músicas que o meu âmago
Deseja ouvir

São gestos serenos
Sinceros e plenos
Que me fazem sorrir

São marcas cravadas
No corpo marcado
De um lado a outro

São dois, não são
Por que te querer
Me faz desejar
Dois de você.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mágoas

De palavras sinceras
Turvas, fortes, congela
A tua violência em mim
Me torno tristeza sem fim

Mata-me o sorriso
Rasga os meus poemas
Com os teus dilemas
Na minha alegria o fim

Teu olhar impuro
Cores tão gélidas
Tua visão cética
Meu olhar escuro

Dias de interrogações
Decifro tuas frases externas
Separo teu amor em sílabas
Conjugo teus verbos em guerra.

sábado, 3 de outubro de 2009

Flor Branca

Flor tão linda
O teu olhar ingênuo
Me fascina
O teu corpo branco
Me ilumina

Flor, minha flor
Tu és pura beleza
Teu sorriso de princesa
Enobrece minha mente
E me deixa tão contente
Colorindo meu amor

És a mais bonita
Dentre todas elas
Tão pálida, tão bela
Com um abraço tu me sela
E teu perfume fica em mim
Me tornando um Jardim
Onde tu habitarás

Nas pétalas notas musicais
No gesto uma só melodia
No sorriso solos em harmonia
Da tua felicidade a minha se faz.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Insônia

Olhar cansado, triste, calado
Insônia constante atordoada
Uma solidão cheia de graça
No meu peito amordaçado

Meu corpo tão sóbrio e quente
Estático continuava
E a minha boca amargava
Com tua saliva ardente

O suor estava sob o minha pele
O espelho refletia tua imagem
Vozes me diziam: Espere

Vi em mim a tua miragem
O meu último suspiro alegre
Fez de mim a tua verdade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dono

Meu amor maior
Dono do que pulsa em mim
Selo do meu sentimento
Apenas meu serafim

Incerto que predomina
Na certeza do meu ser
Concreto sob abstrato
Do que não se pode ver

És o que me mantêm
Sou o que te convêm
Um ser óbvio ou não
Que no peito traz paixão

Carregas um pedaço meu
Um vermelho estonteante
De um veludo escuro
Amor cor do meu sangue

Ódio será o meu escudo
Por ti sigo adiante
Comigo tu está seguro
Serás meu amado amante.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Confie

Tudo vai ficar bem
Sei da distância
Das circunstâncias
Te compreendo meu bem


Entregue-me o olhar
Aquele mais profundo
De dentro para fora
Cobrindo meu mundo


Seja lá o que for
Seja lá como for
Será eu e você
Não há nada a temer


Uma vida, uma só alma
Um corpo, um só coração
Nossos passos e segredos
Terá só uma direção


E pra que se preocupar
Se teremos um ao outro
O passado relembrar
Atitudes de um louco


Loucos fomos por amor
Por querer e desejar
Por sonhar curar a dor
Por viver e se orgulhar


Da vida que construímos
Dos momentos sem pensar
Do ápice que atingimos
Só foi preciso confiar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Estação

As cores do inverno
Amores de verão
Os dias que não passam
As noites sem paixão

O abraço entre dois
O beijo, obsessão
As dores deste erro
Suplicam teu perdão

Não chore, eu te peço
Flor da primavera
Do outono és a folha
Nesse mundo és a mais bela.

Veneno

Como pode o problema ser solução?
Remédio e veneno ao mesmo tempo
Seguir vários segmentos
Curar e matar por precaução?

São truques ou é a perfeição
Que me faz desejar-te
E na morte a vida arde
Faz parar meu coração

Senti por merecer
Os desejos da idade
Te ganhar ou te perder

Sem malícia ou santidade
Nocivo é te querer
Quando morrer se torna arte